quinta-feira, 30 de abril de 2009

De Fernando Pessoa:

"Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma."

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais fotos de lanchas da Malhada







Aqui ficam os contributos da Margarida Teles: algumas fotos mais sobre as lanchas da Malhada, praticamente em extinção. Obrigada, Margarida!

terça-feira, 7 de abril de 2009

E uma memória de neve...



Esta foto ilustra a nostalgia das paisagens salpicadas de branco, parte das minhas memórias da Malhada. No entanto, é de uma terra amiga e vizinha, Sabugal, e foi retirada de um blog que desde já recomendo: Capeia Arraiana, o blog de todos os Sabugalenses.

A Páscoa


Desde que me lembro que a Páscoa lá em casa se passa na Malhada. Em cenário de família mais ou menos alargada, esta é a outra altura do ano em que, inexplicavelmente, há um chamamento às raízes. E das raízes. Com apenas um ou outro ano em que tal não foi possível (sim, foram dois anos no máximo), a minha memória da Páscoa é na Malhada. Este ano, e pela primeira vez por opção, não vai ser assim. Coisas...
Lembro-me de um ano, há tanto tempo que até dói e não vale a pena pormenorizar o quanto, ter ido sozinha, à revelia da família. Fiquei na casa da Isabel. Parecia mal ficar sozinha... Foram quatro ou cinco dias bem passados naquela semana. Lembro-me de, no regresso, ter apanhado a pior viagem de comboio da minha vida. E eu que, apesar de "carrodependente", até gosto de viajar e comboio! Mas naquele ano nem sequer havia ainda carro... Bom, o facto é que, em Vilar Formoso, ainda se apanhava um comboio directo para Lisboa (por aqui se vê aos anos que isto foi...). Mas, naquele fim de tarde de Páscoa, toda a gente parecia ter apanhado o mesmo comboio. Até no WC iam pessoas de pé! E assim foi até Coimbra, entre famílias anónimas, estudantes ruidosos e "tropas" de mochila às costas. A partir daí, a lotação foi voltando ao normal, mas ainda me lembro que o ar só ficou mesmo respirável já muito, muito próximo da capital.
E lembro-me também de, em 87, naquela Páscoa, ter nevado subitamente, depois de alguns dias de temperaturas até superiores ao que seria de esperar naquela época. A roupa mais ou menos de Verão só era suportável por baixo de um bom cobertor, e à lareira, mas, ainda assim, que divertido foi fazer ainda algumas bolas de neve. Acho que foi a primeira vez.... De facto, lá em casa, não havia a tradição de passar outras quadras mais frias na Malhada. Só uma vez lá fomos no Natal. Lembro-me que era ainda a "casa velha" e a experiência não foi nada agradável. Mas nesse Natal não houve neve.
Hoje, estes momentos vieram-me subitamente à memória. Talvez porque as previsões da meteorologia dão neve para as terras altas. Talvez porque, este ano, não vou.

P.S. - O seu a seu dono. A imagem que ilustra este comentário foi retirada de: www.flickr.com/photos/23026847@N04/page8