segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Eleições Autárquicas de 2009







Segundo a página da Câmara Municipal de Almeida, disponível em


- Eleição para a Câmara Municipal:


PS - 169

PPD/PSD + CDS/PP - 105

Brancos - 9

Nulos - 7


- Eleição para a Assembleia Municipal:


PS - 169

PPD/PSD + CDS/PP - 99

PCP + PEV - 4

Brancos - 10

Nulos - 8


- Eleição para a Assembleia de Freguesia:


PS - 177

PPD/PSD - 99

Brancos - 2

Nulos - 12


De registar que nos cadernos eleitorais da Freguesia de Malhada Sorda estão inscritos 439 eleitores, dos quais 290 cumpriram o seu dever cívico, fixando-se a abstenção em 33,94%, significativamente abaixo do valor nacional, mas ligeiramente acima da média concelhia.



Da análise naturalmente superficial dos números que acima se mostram, é de salientar a "fidelização" do voto no PS para a Câmara e para a Assembleia Municipais, ambas com 169 votos, número que cresce em oito votos mais para a Assembleia de Freguesia. Em contraponto, os votos na coligação PPD/PSD + CDS/PP decrescem no caso da Assembleia Municipal, surgindo para esta eleição 4 votos na coligação PCP + PEV, e aumentando um valor cada os votos brancos e nulos. Já no que respeita à eleição da Assembleia de Freguesia, da qual sai a Junta de Freguesia, o número de votos em branco reduz-se a apenas dois, enquanto que os nulos aumentam para 12. Aumenta de igual modo a votação no PS, em mais oito votos do que os obtidos para a Câmara e Assembleia Municipais, mantendo-se o mesmo número de votos no PPD/PSD (99), que aqui se apresentou isoladamente.


Estes números merecem por certo uma análise mais detalhada, traçando explicações ou rumos para o passado recente e para o futuro próximo, no contexto da vivência autárquica local, o que, no entanto, não é possível efectuar neste espaço.


Ao nível do concelho de Almeida, nas 20 freguesias votaram 5.957 eleitores, dos 8.699 recenseados, pelo que abstenção foi de 31,52%. Os resultados para a Câmara Municipal ditaram a vitória da coligação PPD/PSD + CDS/PP, com 52,06%, obtendo o PS 42,47%, e a CDU 1,75% dos votos, havendo ainda a acrescentar 95 brancos e 127 nulos.


Curioso é verificar que Malhada Sorda é, quanto ao número de eleitores, a 4ª maior freguesia do concelho de Almeida, imediatamente a seguir à sede concelhia (1.264 eleitores), a Nave de Haver (679) e à Miuzela (511), enquanto que a freguesia com menos eleitores é a de Aldeia Nova - apenas 60.


Por outro lado, a nível nacional, e num universo de 4.260 Freguesias (das quais resta apenas apurar uma, em face do trágico episódio ocorrido em Ermelo, Mondim de Basto, distrito de Vila Real, com repetição do acto eleitoral no próximo Domingo), o PS obteve 37,66% dos votos e o PCP + PEV 9,75%. Considerando a multiplicidade de situações a que o PPD/PSD se apresentou a eleições, isoladamente ou em coligação, estas também de diversos moldes, os números obtidos por esta/s força7s política7s poderão ser consultados em http://www.autarquicas2009.mj.pt/index.html .


Ainda a nível nacional, votaram 5.532.575 eleitores, dos 9.376.402 inscritos, ou seja, 59,01%, pelo que a abstenção se cifrou em 40,99%, valor este inferior ao de outros resultados eleitorais mais próximos, mas ainda assim preocupante para a boa saúde da democracia, sobretudo tratando-se estas de eleições de maior proximidade eleitos/eleitores.


A todos quantos se apresentaram a sufrágio, a nível nacional e, muito em particular, no concelho de Almeida e na Freguesia de Malhada Sorda, cordiais saudações democráticas.


Aos que venceram, parabéns e votos de bom trabalho, do tanto que ainda há a fazer, muito em especial em Malhada Sorda.


P.S. : Aos que se demitiram do exercício de um dos mais elementares direitos de Cidadania, perderam pois toda e qualquer legitimidade de se insurgir contra o que for... pelo menos até às próximas eleições. Oxalá, então, reconsiderem a sua posição.

Eleições legislativas de 2009









De acordo com os dados disponibilizados pela Rádio Fronteira na sua página de internet, as eleições legislativas que se realizaram no passado dia 27 de Setembro obtiveram, na freguesia de Malhada Sorda, os seguintes resultados:

PS: 45,87% - 100 votos
PSD: 27,98% - 61 votos

Não se mostrou possível a visualização desta informação, e em maior detalhe, na página do Ministério da Justiça dedicada ao apuramento deste acto eleitoral, cujo endereço é:
http://www.legislativas2009.mj.pt/territorio-nacional.html .

No pressuposto de estarem recenseados 439 eleitores malhadenses (cf. com os dados constantes do post seguinte sobre as eleições autárquicas), e desconhecendo-se o número de votos brancos e nulos, que assim não são aqui contabilizados, votaram 161 eleitores, fixando-se a abstenção, naquelas mencionadas condições, em 36,67%.
Apontamentos curiosos, os factos de em Vilar Formoso o PSD ter ganho por apenas 1 voto, enquanto que em Almeida o PS ganhou por apenas 4 votos. "Por um voto se ganha, por um voto se perde"...

Através destas eleições, foram designados os 230 deputados da Assembleia da República, correspondendo 226 aos círculos nacionais, dois ao círculo da Europa e outros tantos ao círculo fora da Europa. Do partido com maior representação eleitoral ou parlamentar sairá então o Governo, após indigitação presidencial, acto hoje mesmo formalmente ocorrido.

Os resultados nacionais apontam a vitória do PS (que perde, pese embora, a maioria absoluta antes detida), com 36,56% dos votos e 96 deputados, seguindo-se o PPD/PSD com 29,09% e 78 deputados, o CDS/PP com 10,46% e 21 deputados, o BE com 9,85% e 16 deputados e o PCP+PEV com 7,88% dos votos e 15 deputados.

As diversas outras forças políticas, entre partidos e movimentos de cidadãos, que se apresentaram às eleições obtiveram resultados insuficientes para a designação de deputados.
Neste acto eleitoral, votaram 5.658.495 eleitores, dos 9.347.315 recenseados, distribuídos por 4.260 freguesias e círculos acima referidos, fixando-se a abstenção em cerca de 40%, cifra esta que exige ainda uma profunda reflexão, tanto por parte de eleitos como de eleitores, em nome da saúde da nossa Democracia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Outono



Hoje começa o Outono.

A este propósito, aqui ficam dois registos musicais, completamente diferentes, mas que considero muito bonitos: "Balada de Outono", do último concerto de Zeca Afonso, no Coliseu dos Recreios, em 29 de Janeiro de 1983;




... E o primeiro andamento de Outono, das Quatro Estações de Vivaldi, conduzido pelo já aqui mencionado Maestro Herbert von Karajan:



sábado, 19 de setembro de 2009

A saudade que sempre fica...




Recordo hoje, especialmente hoje, o meu avô. Passam hoje 5 anos sobre a sua morte. Este homem, que nasceu em Pampilhosa do Botão, aldeia perdida entre Aveiro e Coimbra, cedo adoptou Malhada Sorda como a sua terra. O seu corpo aí repousa. Faz hoje 5 anos. Assim, hoje, especialmente hoje, recordo-o com muita saudade. A saudade que sempre fica... passem os anos que passarem.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Santa Eufémia, Freineda


Por estes dias acontecem também as festas maiores da Freineda, aldeia vizinha de Malhada Sorda, venerando Santa Eufémia.
Se bem me recordo, hoje é dia de arraial e fogo de artifício. Há já muitos anos, quase duas décadas, diria, que não vou a estas festas. Mas tenho ainda bem presentes as memórias de infância das romarias do dia 16, a feira e o farnel partilhado nos "lameiros". Sobre estes dias, e nessas memórias, há duas que imperam: uma, mais visual, a das melancias suculentas. Outra, mais olfactiva, a dos queijos, presuntos e enchidos, de que nos abastecíamos praticamente para o resto do ano. Ambas, plenas de paladar. Ou gula...
Lembro-me ainda de, num ano, teria eu uns 11 ou 12, ter ido ao arraial com os meus primos Natividade, Adriano e Adriana, e da terrível dor de dentes desta última. O pai foi o primeiro a dar-lhe aguardente e cigarros, defendendo que ajudariam a adormecer o mal-estar. Foi a primeira vez que vi a minha prima fumar, e beber aguardente, mas a verdade é que o regresso a Vilar Formoso foi muito mais divertido... Julgo é que o acordar, no dia seguinte, não tenha sido fácil...
Recordo ainda como nesta noite, anos depois e já adolescente, fiquei com o meu casaco cor de rosa queimado por causa da cana de um foguete. Fiquei inconsolável; era o meu casaco de estimação por essa altura, portanto uma das coisas que mais valor tinha para mim. Tanto que amaldiçoei a tal da cana... mas talvez não tanto como a minha mãe, que levou com a cana na cabeça e durante algumas semanas teve que disfarçar a clareira no cabelo...
Porque nos ficam tão profunda e indelevelmente registadas na memória algumas das cenas da nossa vida, por vezes até insignificantes? Adorava saber e compreender melhor os critérios de arquivo deste nosso poderoso computador cerebral...
Bom, para concluir, gostaria ainda de referir que encontrei disponível na internet, em vários sítios até, a imagem do cartaz das festas da Freineda, o que, recordando ainda a "ancestral rivalidade" entre as duas povoações, me fez ter muita pena de não ter encontrado o das festas da Malhada...

15 de Setembro, Dia Internacional da Democracia



Pode parecer paradoxal, mas o facto é que a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) sentiu, em 2007, a necessidade de estabelecer um dia para celebrar a Democracia. E/ou para assinalar "oficialmente" o ainda enorme número de países onde não se sabe o que isso é. Ou até mesmo os países que, "oficialmente" democráticos, a exercem segundo conceitos bem peculiares.


Do grego demo= povo e cracia=governo, ou seja, governo do povo, a democracia é um sistema em que as pessoas (de um país) podem participar da vida política. Esta participação pode ocorrer através do voto, em eleições, plebiscitos e referendos. Numa democracia, as pessoas possuem liberdade de expressão e manifestações de suas opiniões.


Dando largas ao pensamento, podemos concluir que a democracia, ou a falta dela, não é problema que afecte apenas os países. Há outras formas de organização de poder, a vários níveis, e não somente político-administrativos, nas quais esta questão também poderia ser debatida.


Começando por recordar a máxima de Winston Churchill, "a democracia é o pior de todos os regimes, com excepção de todos os outros". Complicado... Mas verdadeiro. Isto porque, e em complemento, citando Desidério Murcho, filósofo, professor e escritor, "a democracia exige uma genuína discussão pública de ideias. Isso só é possível se formos todos um pouco ateus perante as nossas próprias convicções. Chama-se a isso abertura de espírito: a capacidade para avaliar imparcialmente e com boa vontade todas as ideias, por mais ofensivas ou insuportáveis que nos pareçam. Sem isso, a democracia é uma miragem porque o fundamento da sua estrutura decisória não funciona".

No entender de Inês Pedrosa, escritora que muito prezo, "é melhor haver uma democracia pobre, suja, esfarrapada, do que uma ditadura opulenta. A democracia magoa, zanga-nos, dá trabalho - é como o amor. Um infinito de esperança em desilusão permanente. Do mal o menos. Antes um amor magoado do que amor nenhum. A ditadura é esse sossego do amor nenhum - os dias iguais e silenciosos". Não podia estar mais de acordo.

O calendário ditou o dia 15 de Setembro...

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Ainda sobre aquele 11 de Setembro





Ainda a propósito daquele 11 de Setembro, agora numa outra abordagem, deixo-vos a abertura da ópera Fidelio, de Beethoven, numa interpretação da Filarmónica de Berlim, magistralmente conduzida pelo saudoso Maestro Herbert von Karajan, e cujo libreto pretende ser um hino aos valores como os da lealdade, da fidelidade e da LIBERDADE.

11 de Setembro de 2001



Estava na Malhada naquele dia, quando, pela hora do almoço, todos os jornais televisivos nos entraram casa adentro com as imagens de uma das maiores e mais incompreensíveis tragédias dos tempos modernos.
Confesso que a minha primeira reacção foi pensar "mais um americano maluco que se espatifou contra a torre na sua avioneta". Em poucos segundos, a realidade foi-se revelando mais assustadora, sobretudo com as imagens do embate contra a segunda torre. E depois, aquela indescritivel sensação aquando da ruina dos edifícios. Pela forma e pelo símbolo. O World Trade Centre era um dos ícones americanos da Liberdade, transformado em pó, assim, daquela maneira, quase que num estalar de dedos.
Claro que todo o resto do dia, da noite, e dos dias seguintes, passeio-os praticamente colada à televisão. Um êxtase de comunhão universal, mas pelas piores razões.
Três anos mais tarde, visitei o local, ainda uma enorme cratera, apesar de toda a limpeza heroicamente feita de toda aquela área. Mas, o que mais me impressionou, não foi o que vi. De certa forma, as imagens da tragédia que foram passando funcionaram como um antídoto para o choque do estar ali, naquele mesmo sítio, onde todo aquele horror tinha acontecido.
O que mais me chocou foi o cheiro. Um cheiro misturado de odores de queimado, de ferro quente, de fuligem, de gordura, de cabelo, e outros compostos que não sei explicar. Um cheiro de raiva, de ódio, de desespero e de resignação. Um cheiro que nos atinge e se nos entranha como uma bala perfurante e assim fica guardado no nosso arquivo sensorial. Um cheiro que permaneceu, pelo menos até essa altura, durante três anos.
O mesmo cheiro, o mesmíssimo, que encontrei impregnado em Auschwitz, anos antes, e que aí permanece, indefectível, passadas mais de seis décadas dessa outra atrocidade.
Oito anos depois daquele 11 de Setembro, o nó continua na garganta. Teorias sobre o que aconteceu há muitas nesta história; mãos limpas, nenhuma. Mas a memória, desta como de outras tragédias, não se poderá jamais apagar.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

E depois da farra, acordar cedo...

Depois do fogo, certamente um espectáculo no Largo do Ribeiro continuará a noite, passado que fica também o tradicional concerto da filarmónica visitante. Não sei quem são os artistas este ano. É pena o site da Junta não ter o programa dos festejos, religiosos e profanos. Mas a noite não se pode esticar em demasia. Pela manhã, bem cedo ainda, a tradição manda o povo da terra rumar novamente à Capela da Senhora da Ajuda, nos melhores fatos domingueiros, para missa solene, volta ao reduto e último adeus. A imagem recolhe então à sua Capela, sob uma trovoada de foguetes (cá está, sempre o fogo como elemento da festa). Crente ou não, é difícil permanecer insensível às manifestações de fé dos populares e conter um tremor ou uma lágrima. A festa religiosa termina, por ora, até ao próximo ano. Mas à tarde a outra festa, a profana, continua, com as "ressalvas", visitas às casas dos elementos das comissões de festas, do ano e do seguinte (os "mordomos", 4 rapazes e 4 raparigas solteiros/as, é a exigência), acompanhadas de música, comida e bebida (muita!!!!), até ao baile que fechará a noite, ou a madrugada, consoante os dotes dos dançarinos. Depois..., bem depois é só para o ano...

A noite é de festa!



Por esta altura estará a terminar o costumeiro fogo de artifício da Festa. Lembro-me de o ver no Largo do Ribeiro, depois no terreiro da Capela, há alguns anos no Picoto, mais distante (ai que jeito dava a varanda dos pais da Isabel e da Antónia!!! E lembro-me de pensar tantas vezes no fascínio que a pirotecnia exerce sobre nós. Podem ser sempre as mesmas figuras, no caso do fogo preso, as misturas de cores mais exóticas ou os piromusicais, mas sempre, sempre, teremos um "aaaahhhhhhh!!!!!!" preso na garganta (ou não...). Não há festa sem foguetes. Já os morteiros de alvorada, esses dispensáva-os bem :-))))))))...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Outras localidades que veneram Nossa Senhora da Ajuda





Uma grande lista que aqui vos deixo, e acreditem que não é de todo exaustiva:

- Vila Nova de Cerveira
- Porto (capela do Senhor e da Senhora d'Ajuda)
- Arruda dos Vinhos
- Espinho
- Moreira de Cónegos
- Ribeira Grande, São Miguel, Açores
- Bretanha, São Miguel, Açores
- Gaeiras, Leiria
- Itaporanga, Brasil
- Ilha do Governador, Brasil
- Cachoeira, Bahia, Brasil
- Guapimirim, Brasil
- Arraial d'Ajuda, Brasil

segunda-feira, 7 de setembro de 2009




Entre os dias 5 e 9 de Setembro, Malhada Sorda adquire uma vida muito especial. É "A Festa" a marcar o calendário dos eventos religiosos e sociais locais, como "O Natal", "A Páscoa" ou "Os Santos".

"Vens À Festa", a frase proferida em tom afirmativo, na maioria das vezes, sem admitir contraditório; ou interrogativo, raras vezes, é sinónimo de um momento de grande partilha nos usos e costumes ancestrais de Malhada Sorda.

Especialmente hoje, dia 7 de Setembro, Malhada Sorda acordou diferente. Engalanada para A Festa. recebendo com hospitalidade os milhares de peregrinos que lhe chegam um pouco de todo o lado, tantos e tantos a pé. Desde as primeiras horas da manhã, os sons dos cânticos religiosos misturam-se com os cheiros das tendas de comida, com as cores dos bens dos feirantes, com os paladares das especialidades gastronómicas dos dias de festa. Em tudo, uma experiência tão sensorial como extra-sensorial é partilhada por todos, nativos, peregrinos, visitantes...

Mais tarde, será a procissão, levando a imagem de Nossa Senhora da Ajuda (na foto acima, publicada na capa do Boletim nº 667 de "Rosário e Vida Cristã"), da sua Capela até à Igreja Matriz.

Este ano, não irei À Festa. Será, que me lembre, a segunda vez, ao longo de mais de 35 anos.

Vou ter saudades.

Brevemente, conto aqui partilhar a lenda da imagem da Senhora da Ajuda venerada em Malhada Sorda. Um apontamento histórico, sociológico e antropológico muito interessante. Curiosamente, a Senhora da Ajuda, com imagens semelhantes ou completamente distintas, é igualmente venerada, por estes mesmos dias, em diversas localidades de Norte a Sul do País (como por exemplo em Vila Nova de Cerveira), e também em muitas povoações do Brasil.Mas esta será estória para outro apontamento.

Entretanto, deixo-vos o Hino a Nossa Senhora da Ajuda (não sei os autores, mas vou tentar descobrir).




Nossa Senhora da Ajuda
Mãe que nos vela dos céus
Olhai-nos sempre na vida
Conduzi-nos até Deus!

Ouvi a prece final
De um povo que vos implora
Ajudai-nos Ó Senhora
Salvai-nos de todo o mal


De quantas almas aflitas
Não tendes, ó mãe de amor.
Sido amparo, nas desdita
remédio à sua dor!

Invocar-vos, Ó Senhor
é pleito da nossa voz:
Sede a nossa protectora
Sorri-nos, velai por nós.

A Vossos Pés nos rendemos.
Mãe e Raínha sem par:
- Bem junto a Vós nos queremos,
Só presos ao Vosso olhar!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Almeida candidata a Património Mundial

Retomando um assunto aqui já anteriormente referido, transcrevo informação disponibilizada pela CultDigest:






Almeida Candidata a Património Mundial

31-8-2009



A Câmara Municipal de Almeida anunciou a entrega, este mês, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, do dossier de candidatura da antiga praça-forte da vila fronteiriça a Património Mundial.

Esta candidatura está integrada num processo que envolve outras fortificações abaluartadas da raia luso-espanhola, nomeadamente Elvas, Valença, Estremoz e Mação (Portugal), Ciudad Rodrigo, Olivença e Badajoz (Espanha).

A antiga praça-forte é candidata a receber o galardão de Património da Humanidade, a atribuir pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para Ciência, Educação e Cultura), pois possui muralhas que são consideradas das melhores conservadas da Europa e umas ´Casamatas` (construções subterrâneas à prova de bomba) únicas no Mundo.

A fortaleza militar de Almeida, rodeada por um fosso, foi construída nos séculos XVII e XVIII. Tem forma hexagonal e é constituída por seis baluartes (S. Francisco, S. Pedro, Santo António, de Nossa Senhora das Brotas ou do Trem, de Santa Bárbara e de S. João de Deus) e igual número de revelins (da Cruz, dos Amores, da Brecha, de Santo António, do Paiol Doble ou Hospital de Sangue).

A antiga praça-forte de Almeida, localizada perto da linha de fronteira com Espanha, é considerada uma "jóia" da arquitectura militar abaluartada.

A vila faz parte do Programa das Aldeias Históricas de Portugal, lançado pelo actual Presidente da República, Cavaco Silva, quando ocupou o cargo de primeiro-ministro.



Fonte
Lusa, Diário Digital_31/08/09






Dário Viegas

sábado, 29 de agosto de 2009

Touradas e garraiadas... uma nova perspectiva



Nunca gostei de touradas nem de garraiadas. Não compreendo a lógica ou o prazer deste divertimento. Aliás, não o considero de todo um divertimento. E muito menos lógico... No entanto, respeito quem pensa o contrário. Tenho até alguns bons amigos que são ferrenhos entusiastas da coisa. Convivemos pacificamente. Desde que não falemos muito do asunto :-) ...

Mas como em quase tudo nesta vida, a evolução pode ser mãe ou madrasta. Aqui partilho um sketch hilariante de Os Contemporâneos, sobre uma nova abordagem às lides.

Isto porque, amanhã, em Malhada Sorda, é dia da tradicional garraiada.

Divirtam-se!

E vão dar banho ao touro, eheheheheh...



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO X - Algumas coisas que Malhada Sorda tem

Segundo o site http://www.infoempresas.com/, existem 30 empresas com actividade registada na freguesia de Malhada Sorda. Confesso que fiquei absolutamente surpreendida, mesmo verificando, numa leitura mais atenta, que naquele número estão contemplados diferentes tipos de organizações, ou seja, pela sua natureza jurídica, sociedades comerciais por quotas, unipessoais, IPSS e associações, por exemplo. Vale a pena ver.

CRÓNICAS IN LOCO IX - Algumas coisas que Malhada Sorda tem


















Apesar de já não in situ, optei por mater o título destas crónicas, considerando que as fotos representam ainda o in loco. Aqui ficam então mais algumas preciosidades de Malhada Sorda, captadas no instante de um olhar e de um click... Espero que gostem. Aliás, comentários são sempre bem-vindos.















sábado, 22 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO VIII - Algumas coisas que Malhada Sorda tem











Uma utilização tão boa como qualquer outra, para o que julgo ser um depósito de água...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO VII - Algumas coisas que Malhada Sorda tem

E mais uns quantos pormenores.
















"To be continued".

CRÓNICAS IN LOCO VI - Algumas coisas que Malhada Sorda tem





















Desta vez, as imagens falam por si. Alguns pormenores de Malhada Sorda; coisas bonitas que esta terra tem.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO V - Algumas coisas que Malhada Sorda tem


























Como prometido no "post" anterior, aqui fica o testemunho, pessoal e fotográfico, de algo que Malhada Sorda se prepara para ter, muito em breve, e ao que tudo indica a tempo dos próximos actos eleitorais, para alguns ficarem melhor na fotografia.













Trata-se de uma rotunda, à entrada/saída da povoação! Nem mais, nem menos!! Malhada Sorda entra assim no Guiness Book das povoações dotadas de rotundas!!! Mas, desenganem-se os mais cépticos: esta não será uma rotunda qualquer, de forma nenhuma. Nem tão pouco será uma rotunda à medida de Malhada Sorda. Será muito mais! Será uma rotunda grandiosa, muito maior, na devida proporção, que a maior grandiosidade do lugar!! Aliás, Viseu que se acautele, pois ressalvadas igualmente as devidas proporções, Malhada Sorda é séria candidata ao "destrone".












Pois é, continuamos sem água e sem comunicações em condições, para não falar noutras necessidades mais primárias, mas temos uma rotunda de que nos podemos enfaticamente orgulhar. Viva o progresso!!!












segunda-feira, 17 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO IV - Algumas coisas que Malhada Sorda tem

Como também prometido anteriormente, este "post" é dedicado às coisas boas que Malhada Sorda também tem. Ou teve. Ou também já tem.

Na verdade, algo desde sempre Malhada Sorda tem: a hospitalidade e a esmerada arte de bem receber - "mi casa es tu casa". Em poucos lugares deste mundo pude constatar a sensação do acordar pela manhã e ver as escadas repletas de ofertas, anónimas, ao mais perfeito estilo "anti-farisaico". O que importa é dar, não deixar cartão. Desde as batatas ao leite, aos ovos, aos repolhos, enfim, a toda a sorte de bens que são deste modo partilhados.

Poder-se-ia, a um outro nível, falar da tradição da olaria e da tecelagem, infelizmente quase desaparecidas dos misteres actuais. Da mesma forma que se poderia falar na presença religiosa na povoação, com mais de cinco séculos de testemunhos, e cujas marcas e legados ainda hoje tão bem patentes se encontram, quer nas manifestações públicas da religiosidade quer no património, ambos mais ou menos "sui generis", mais ou menos valorizados, sociologicamente falando.

Poder-se-ia de igual modo falar no Centro de Bem-Estar Social, vulgo "patronato", na incomensurável obra feita em torno da 1ª e da 3ª idades, ao longo de mais de meio século, e já referenciada em múltiplos escritos.

Poder-se-ia falar do ar puro que ainda aí se respira, inspirador como em poucos lugares. Aquela sensação de carregamento completo de energia, quase mágica, com um simples exercício de respiração mais profunda ao chegar ao "Picoto"...

Mas, neste "post" em particular, gostaria de falar-vos da "estrada do meio" - prometo que ainda vou descobrir qual o nº -, aquela que, sob inspiração em Fernando Pessoa, liga "nada" a "coisa nenhuma". Na realidade, recordo bem que não há tantos anos como isso, entrar nesta estrada era uma verdadeira aventura. O alcatrão era escasso; anos houve em que a recordo como um rendilhado de buracos traiçoeiros e montes de pedras; a largura estreita, e ainda que maioritariamente distribuída por rectas, ao chegarmos àquela ponte sobre a ribeira, deparávamos com uma espécie de cotovelo a proporcionar quase que um "divertimento nacional", na devida escala local, arriscado, sim, o da "pontaria à ponte"...

Hoje, este quadro é apenas uma memória algo difusa. Aliás, estou a ser injusta ao empregar a palavra "hoje", dado que a "nova estrada" já terá um bom par de anos. Lembro-me da enorme surpresa de quando a atravessei pela primeira vez, ainda um pouco a medo... Parecia não pertencer àquele lugar, de tão grandiosa. Mais ainda, se pensarmos que as duas outras estradas que ligava, e liga, também já não eram nada famosas na altura, sendo que a de Vilar Formoso, que creio até ser uma estrada nacional, está hoje num estado tal que já merecia especial atenção.

Por tudo isto, e pela pontinha de nostalgia da "pontaria à ponte", aqui fica uma homenagem, diferente, àquela estrada, da qual ainda vou saber o nº, mas que para já aqui fica como a que liga "nada a coisa nenhuma".

Trata-se da 2ª parte de um registo que contempla a travessia das três estradas que, de Norte, servem Malhada Sorda, mas pelas supra citadas razões, esta "viagem" por aqui se inicia. As restantes ficam prometidas para muito em breve... e depois de falarmos sobre uma outra coisa, magnífica, que Malhada Sorda se prepara para ter, também muito em breve........

CRÓNICAS IN LOCO III - Algumas coisas que Malhada Sorda continua sem ter

Eis as fotos prometidas no "post" anterior, e que por impossibilidade técnica da ligação de internet não foi possível então juntar. São os testemunhos fotográficos do que no mesmo se falava - a falta de qualidade da água que abastece Malhada Sorda. Se alguém puder informar a razão para tal, neste início de 3º milénio de "civilização", aqui ficam desde já os meus agradecimentos.






Fotos: HPC, em 12 de Agosto de 2009 - "bicas" da Trapa, Cabana e Praça.





sexta-feira, 14 de agosto de 2009

CRÓNICAS IN LOCO II - Algumas coisas que Malhada Sorda continua sem ter

Lamentavelmente, Malhada Sorda continua sem ter uma cobertura de operadores de comunicações móveis que satisfaça os mínimos.
Lamentavelmente, Malhada Sorda continua sem ter um serviço de abastecimento de água que satisfaça os mínimos. Falo dos consumos domésticos, em que quase sempre a água que escorre nas torneiras das casas malhadenses apresenta uma cor ocre, para além da pouca pressão com que corre, mas também dos fontanários públicos. Nestes existe, contudo, a menção de que a água é imprópria para consumo, como as fotos que publico (de minha autoria) bem atestam.
Não seria contudo mal pensado que, pelo menos enquanto esta situação não é resolvida, pese embora manter-se há anos, tais avisos fossem colocados também em francês, dada a quantidade de luso-descendentes que por estes dias veraneia em Malhada Sorda e que apenas domina aquele idioma, com especial enfoque nas crianças. Nos dias de calor, todos sabemos como estas fontes podem ser tentadoras.
E pena é que as largas centenas de peregrinos que, muito em breve, inundarão as ruas de Malhada Sorda continuem, mais um ano, sem poder matar a sede nestes fontanários públicos, ou "bicas", em "malhadense".
Mas como sou apologista da publicitação das coisas boas, que também as há, e muitas até bem meritórias, o próximo "post" a estas será dedicado...
PS - por impossibilidade de ligação, as fotos que acima menciono terão que ficar para um próximo "post"...

CRÓNICAS IN LOCO I - "Pinturas rupestres com cinco mil anos destruídas em Almeida"

Há 3 dias atrás, o semanário Sol, na sua edição online, e com base num "take" da LUSA, colocava este título, por si só arrepiante para qualquer cidadão minimamente preocupado com o Património e com a História.
Mas só pela leitura mais atenta de todo o artigo foi possível constatar, com particular estupefacção, que afinal este inqualificável episódio ocorrera, nada mais, nada menos, em Malhada Sorda.
A notícia completa, tal como o Sol a publicou, encontra-se na hiperligação anexa.
No final, ficam várias dúvidas e a estranha sensação de que algumas peças desta história parecem não encaixar.
Por exemplo, as gravuras foram descobertas por um casal de malhadenses em 2002. Desde então, que foi feito pelo IGESPAR/PAVC para a protecção, preservação e estudo das mesmas? E que medidas de protecção, no âmbito das respectivas competências, claro está, foram tomadas pela Câmara Municipal de Almeida e pela Junta de Freguesia de Malhada Sorda?
Por outro lado, a destruição destas gravuras, que equivale, segundo a notícia e a sua fonte, o ex director do Centro Nacional de Arte Rupestre, à destruição de mais de 5000 anos de História, já teria sido constatada em Abril passado, mas só agora foi tornada pública, e num blog pessoal daquela fonte.
Por outro lado ainda, seria importante esclarecer as exactas competências e jurisdição do PAVC (para o qual a CMA canalizou a responsabilidade das diligências subsequentes) sobre este local e assunto, e se tal implica ou não a preterição de queixa ou participação às autoridades policiais, dado que de um crime se trata.
Por último, este assunto merecerá maior atenção aos seus potenciais desenvolvimentos. Sim, estou já a partir do pressuposto que desenvolvimentos existirão. Da minha parte, estarei completamente atenta.
Mais ainda, ao constatar, in loco e in situ, que tanto o achado como a sua destruição parecem ser desconhecidos da maioria dos malhadenses, pelo menos daqueles com quem tive oportunidade de abordar o assunto, mas que são os primeiros a pensar que se calhar ali, por trás daquelas duas rochas, agora apagadas, lavadas e repicadas, anda história; não daquela com H, mas sim umas outras estórias de outras pedras.
Prometo voltar a este assunto assim que tiver mais dados.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O seu a seu dono



No meu "post" de 5 de Maio p.p., partilhava esta fotografia da Igreja Matriz de Malhada Sorda, elogiando a sua especial magia pela circunstância do p/b.


Fui, entretanto, contactada pelo senhor João António Simão ("também malhadense"), alegando a autoria da mesma foto e por conseguinte a sua publicação não autorizada, contra o que, com total legitimidade, a ser verdade, como alegava, se insurgia.


Do que, consequentemente, apurei, a mesma foto, ao chegar à minha "fonte", gerando o contributo mencionado no "post" em causa, não vinha com qualquer indicação de autoria ou do sítio de internet onde pudesse ter sido retirada.


Num espaço de partilha como este é, pareceu-me ser a mesma de publicar, nos exactos termos em que o fiz, não se fazendo qualquer menção à respectiva autoria, porque desconhecida.


Por outro lado, trata-se de uma fotografia seguramente das mais "apetecíveis" de tirar, e das que mais se devem encontrar nos "portfolios" dos muitos que visitam/habitam Malhada Sorda, pelo lado emblemático do "ex libris" que retrata.


Não obstante, e como o título deste "post" indica, "o seu a seu dono". Não vale a pena discutirmos aqui teses de Direitos de Autor nem episódios do CSI, para se fazer ou não prova da autoria da mesma foto e/ou da legitimidade ou não para a sua publicação.


Importa, sim, dar aqui lugar aos devidos esclarecimentos, posto que toda a situação já foi de igual modo esclarecida com o reclamante.


Nestas circunstâncias, há a sublinhar que a autoria da foto em causa assiste ao mencionado senhor João António Simão, e que hoje aqui se republica a mesma, depois de esta ter sido por mim retirada do respectivo "post" até cabal esclarecimento de toda a questão, sendo-o desta feita com a expressa autorização do entretanto conhecido autor, ultrapassado que fica assim tão lamentável episódio.


Por último, penso impor-se aqui, publicamente, e para além do reiterado pedido de desculpas por todos os transtornos que este incidente possa ter provocado, o convite a que o citado autor partilhe neste humilde espaço os belíssimos trabalhos de que dispõe sobre Malhada Sorda, alguns dos quais disponíveis noutro sítio da internet dedicado à temática da fotografia.
Como já disse, este é um espaço de partilha, aberto a todos os contributos. E, sobre Malhada Sorda, tais contributos nunca serão demais.





quarta-feira, 3 de junho de 2009

Almeida candidata fortificação à UNESCO



Através da Cultdigest chega-me esta notícia:

Cinco Concelhos Portugueses Iniciam Candidatura à UNESCO

28-5-2009



Os concelhos de Estremoz, Marvão, Almeida, Elvas e Valença iniciaram, esta quinta-feira, o processo de candidatura das suas fortificações a Património da UNESCO, numa declaração aprovada pelos ministros da Cultura e dos Negócios Estrangeiros.

Os cinco municípios apresentaram a intenção de desenvolver o processo de candidatura a Património Mundial pelas suas fortificações abaluartadas de fronteira entre Portugal e Espanha, com a tipologia de candidatura transfronteiriça em série.

Os fortes em causa serviram para efeitos militares e para consolidar o território português, constituindo-se como áreas de história e cultura portuguesa, e por isso de grande valor patrimonial.

Os cinco líderes municipais, presentes na cerimónia, mostraram-se satisfeitos com a candidatura, realçando a importância de conservar o património português.



Fonte
TSF_25/05/09



A imagem foi retirada de: blog.uncovering.org/.../02/cidades_fortifi.html

quinta-feira, 21 de maio de 2009


Do blog Prosimetron (http://prosimetron.blogspot.com/), excelentemente gerido pelo meu querido Luis Barata, e com igualmente excelentes colaboradores "residentes", recolho esta informação sobre o dia que hoje passa, tradicional e popularmente designado por Dia da Espiga, e com grande significado no calendário litúrgico católico (Dia da Ascensão de Jesus Cristo), muito associado ainda ao culto do Divino Espírito Santo.

No lado profano do símbolo, a festa é de alegria e de fertilidade, também dos campos e das colheitas.

Numa época em que estas simbologias parecem condenadas ao esquecimento, o post seguinte vale ainda para a consolidação da memória:

"Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

Dia da Espiga: O Sagrado e o Profano.

O Dia da espiga ou Quinta-feira da espiga é celebrado no dia da Quinta-feira da Ascensão com um passeio matinal, em que se colhe espigas de vários cereais, flores campestres e raminhos de oliveira para formar um ramo, a que se chama de espiga. Segundo a tradição o ramo deve ser colocado por detrás da porta de entrada, e só deve ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.

O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.
A simbologia por detrás das plantas que formam o ramo de espiga: Espiga – pão; Malmequer – ouro e prata; Papoila – amor e vida; Oliveira – azeite e paz; Videira – vinho e alegria e Alecrim – saúde e força.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Rota do Património da Fronteira




Rota do Património da Fronteira

7-5-2009



A Rota do Património da Fronteira, que engloba vários monumentos portugueses e espanhóis, tem por objectivo potenciar a zona transfronteiriça transmontana através da dinamizando do Turismo Cultural.

Numa primeira fase, a Rota do Património da Fronteira, lançada ontem em Bragança, propõe a visita a 10 monumentos portugueses, de vários concelhos dos distritos de Bragança e Guarda e vários em Espanha.

A proposta prevê visitas públicas a um conjunto de imóveis que cobrem um período cronológico que vai da Pré-História recente ao século XVII.

O projecto resultou da aprovação de uma candidatura transfronteiriça de cerca de um milhão de euros. Muitos daqueles monumentos foram alvo de intervenções com vista à sua requalificação.

Na Domus de Bragança, as obras foram realizadas no âmbito de uma parceria entre a Câmara, o Ministério da Cultura, com o apoio da Caixa Duero, uma dependência bancária espanhola.

Foi aquele o monumento escolhido para fazer o lançamento da rota, pela secretária de Estado da Cultura, Paula Santos, que hoje continua o périplo pela região para visitar vários locais.

O objectivo da rota passa por "potenciar" aquele espaço de fronteira, dinamizando o turismo cultural, com a conservação e preservação do património, e, a partir daqui, criar um conjunto de actividades económicas ao nível da restauração e da hotelaria, que poderão gerar postos e trabalho e investimento na região.

Pretende-se que as populações locais visitem o património, mas também que sirva para atrair turistas, que não passem pela região, mas que fiquem alguns dias.

A segunda fase consiste na divulgação da rota, o que já está a ser feito através do lançamento de folhetos e desdobráveis em várias línguas, divulgação na página da Direcção Regional da Cultura, e em circuitos que podem ser frequentados por turistas.

Já foi aprovada uma nova candidatura transfronteiriça no valor de 360 mil euros, que servirá para a intervenção física em monumentos.

Foi ainda apresentado o projecto de ampliação e de requalificação do Museu Terras de Miranda, orçamentado em 1,5 milhões de euros e candidato ao Quadro de Referencia Estratégica Nacional.



Fonte
Jornal de Notícias_07/05/09, in http://www.cultdigest.pt/cgibin/eloja21.exe?myid=cultdigest&lang=pt&titles=28&ch=1&id=1149&cli=sn


terça-feira, 5 de maio de 2009

Mais um contributo fotográfico

Mais um contributo fotográfico para este Malhada Sorda, desta feita da Antónia Limão. O p/b desta imagem parece conferir ainda mais magia a um dos mais importantes ex libris da aldeia. Obrigada!

Fica, entretanto, a promessa de um destes dias aqui deixar um breve resumo da história da igreja malhadense.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

De Fernando Pessoa:

"Ó sino da minha aldeia,
Dolente na tarde calma,
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma."

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mais fotos de lanchas da Malhada







Aqui ficam os contributos da Margarida Teles: algumas fotos mais sobre as lanchas da Malhada, praticamente em extinção. Obrigada, Margarida!

terça-feira, 7 de abril de 2009

E uma memória de neve...



Esta foto ilustra a nostalgia das paisagens salpicadas de branco, parte das minhas memórias da Malhada. No entanto, é de uma terra amiga e vizinha, Sabugal, e foi retirada de um blog que desde já recomendo: Capeia Arraiana, o blog de todos os Sabugalenses.

A Páscoa


Desde que me lembro que a Páscoa lá em casa se passa na Malhada. Em cenário de família mais ou menos alargada, esta é a outra altura do ano em que, inexplicavelmente, há um chamamento às raízes. E das raízes. Com apenas um ou outro ano em que tal não foi possível (sim, foram dois anos no máximo), a minha memória da Páscoa é na Malhada. Este ano, e pela primeira vez por opção, não vai ser assim. Coisas...
Lembro-me de um ano, há tanto tempo que até dói e não vale a pena pormenorizar o quanto, ter ido sozinha, à revelia da família. Fiquei na casa da Isabel. Parecia mal ficar sozinha... Foram quatro ou cinco dias bem passados naquela semana. Lembro-me de, no regresso, ter apanhado a pior viagem de comboio da minha vida. E eu que, apesar de "carrodependente", até gosto de viajar e comboio! Mas naquele ano nem sequer havia ainda carro... Bom, o facto é que, em Vilar Formoso, ainda se apanhava um comboio directo para Lisboa (por aqui se vê aos anos que isto foi...). Mas, naquele fim de tarde de Páscoa, toda a gente parecia ter apanhado o mesmo comboio. Até no WC iam pessoas de pé! E assim foi até Coimbra, entre famílias anónimas, estudantes ruidosos e "tropas" de mochila às costas. A partir daí, a lotação foi voltando ao normal, mas ainda me lembro que o ar só ficou mesmo respirável já muito, muito próximo da capital.
E lembro-me também de, em 87, naquela Páscoa, ter nevado subitamente, depois de alguns dias de temperaturas até superiores ao que seria de esperar naquela época. A roupa mais ou menos de Verão só era suportável por baixo de um bom cobertor, e à lareira, mas, ainda assim, que divertido foi fazer ainda algumas bolas de neve. Acho que foi a primeira vez.... De facto, lá em casa, não havia a tradição de passar outras quadras mais frias na Malhada. Só uma vez lá fomos no Natal. Lembro-me que era ainda a "casa velha" e a experiência não foi nada agradável. Mas nesse Natal não houve neve.
Hoje, estes momentos vieram-me subitamente à memória. Talvez porque as previsões da meteorologia dão neve para as terras altas. Talvez porque, este ano, não vou.

P.S. - O seu a seu dono. A imagem que ilustra este comentário foi retirada de: www.flickr.com/photos/23026847@N04/page8

quarta-feira, 25 de março de 2009

Manifesto

Este blog intitula-se "Malhada Sorda". Quem conhece a que corresponde este título não precisa de mais apresentações. Quem não conhece tem a oportunidade de ir à procura de mais informação. Se quiser partilhá-la depois aqui, óptimo! Um desafio já está lançado... Menos mal...

Continuando:

Mas este blog pretende ser mais do que uma plataforma de contactos entre pessoas que partilhem de alguma ligação ao tema. Qualquer que seja. Ou partilha de informações, recordações, histórias, notícias, desabafos. "Malhada Sorda" pode (e deve) ser, também, um espaço de inspiração, qualquer que seja a proveniência geográfica do/a participante. Por isso imaginei-o aberto a todos/as. E a todos os contributos. Enfim, quase todos, no limite da decência e da paciência...

Por isso, uma foto antiga ou recente, uma história, um ensejo, uma sugestão gastronómica, uma ideia, uma notícia, um poema... tudo será bem-vindo.

E, acima de tudo, que este seja um espaço que tenhamos gosto visitar, sempre que quisermos, recomendar aos amigos e tratar como se a sala de estar da nossa casa fosse.

Até já!